15.6.06

Imagem de Bismarck

Talvez por ser o primeiro a ter lugar na Alemanha reunificada, este campeonato do Mundo está infestado de Bismarck por todos os lados. Diplomacia, contenção, pragmatismo. Defende-se muito e sem altivez, espera-se demais pelos erros dos outros, ataca-se em ziguezagues de ângulos agudíssimos, joga-se pelo seguro, joga-se mal (mas isso já não é culpa do Bismarck). Tirando um ou outro golo, um ou outro jogador (Odonkor, Luca Toni, Robben), isto está ser uma enorme maçada. A selecção inglesa mete dó. Já se sabe que nos momentos decisivos envergonha sempre a Rainha. O problema é que os momentos decisivos só começam nos oitavos de final e, até lá, temos que gramar com cento e cinquenta e sete cruzamentos perfeitos e inconsequentes de David Beckham até que um acerte na cabeça de alguém e, fortuitamente, leve a bola à baliza. Eu gosto de Bismarck. Mas na bola prefiro Napoleão.