8.6.06

Recuar é preciso, viver não é preciso

Bastará uma pouco exaustiva observação da realidade para perceber que, quem não recuar até ao limite da grande área para ganhar balanço, perde, pelo menos, cinquenta por cento de probabilidade de marcar o penalty. Por outro lado, quando uma boa parte daqueles que assistem ao jogo pressentem que o penalty não vai entrar, a probabilidade dele não entrar aumenta significativamente. Estamos no campo do silogismo dialético: o jogador que recua apenas um ou dois metros antes de partir para bater a bola, induz no público o pressentimento de falhanço; o falhanço pressentido pelo público induz o jogador a falhar; a probabilidade de o falhanço acontecer cresce e o falhanço acontece (excepto quando se trata de brasileiros dos bons ou do Panenka).