Os Yo La Tengo têm jeito para antecipar as ondas. Nos últimos anos, amoleceram e começaram a gravar discos para bares em fim de Verão, o que - esclareça-se - não é necessariamente mau. Mas também não é especialmente entusiasmante. E, sobretudo, não é certamente único. O que não falta por aí são Nouvelles Vagues e afins para ouvir como música de fundo enquanto se tenta dormir a sesta.
Aquilo em que os Yo La Tengo são mesmo bons – aquilo em que são a melhor banda subvalorizada do mundo - é a fazer barulho. O bom barulho do rock n roll. Aquele que começa por soar dissonante, e ao fim de uns minutos - depois de feita a separação mental entre linha de baixo, batida nos pratos e riff de guitarra -, acaba a soar como música celestial. Da boa - melhor que Mozart, melhor que Bach.
Graças a Deus, em concerto, os Yo La Tengo tocam mais alto que easy listning. Têm a densidade dos Velvet, a energia dos Stooges e a fluidez dos Beach Boys. São a genuína banda coast to coast. Em algumas músicas, Georgia Hubley dá ares de Nico. Noutras, Ira Kaplan manobra a guitarra com a destreza de um Joe Satriani bêbado de Red Bull. E em quase todas, James McNew é aquele gajo grande e gordo, hiper-cool, que dedilha a corda do baixo com o grau de delicadeza recomendável a quem faz um fingerjob, pela primeira vez, à amiga da irmã mais velha.
Aqueles que não foram vê-los ao vivo perderam uma óptima oportunidade para elevarem a alma. Enfim, como em tudo, é uma questão de prioridades.
4.12.06
Os Yo La Tengo têm ...
p. by Eduardo
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