21.2.07

g. g. cumings

Gilbert & George. Fraude, arte, lobismo gay? Gentleman gay, nesse caso, com fatos às riscas, óculos de massa, pocket squares e demais parafernália. Um mérito têm: a iconografia que criaram é reconhecível a quilómetros de distância (facto que, segundo os especialistas, distingue os grandes dos outros). Mas de resto, ao percorrer a retrospectiva da Tate Modern, o que fica é a ideia de que pouco mais fizeram. Se as postcard sculptures (finais de 70) têm graça, e os títulos "conceptuais" divertem, a fórmula gilbertegorgiana por excelência - grandes montagens de autoretratos, imagens e slogans obescenos, com vaga pretensão a comentário social -, à medida que o tempo avança e que a dupla envelhece, torna-se evidente e repetitiva. As últimas obras revelam por completo aquilo que antes apenas se insinuava: Gilbert & George pouco mais têm para dizer que não seja "fuck", "shit", "piss", "cum", "eat cum", "drink cum". O que começou por ser provocatório, logo se tornou cansativo. E, pior que isso, deprimente.