16.6.07

Três não obscuros objectos do desejo trazidos de Cannes: o histórico 50 ans de Cinéma Américain, de Jean-Pierre Coursodon e Bertrand Taverier; Le Cinéma américain des années 70, de Jean-Baptiste Thoret; e o documentário Midnight Movies - from the margin to the mainstream, realizado por Stuart Samuels.
O primeiro - que já conhecia bem na sua versão 30 ans de ... - confirma a competência dos franceses a escrever sobre cinema clássico americano. O documentário deixa-se ver mas não dispensa a leitura do livro homónimo, de Jim Hoberman e Jonathan Rosenbaum, a partir do qual foi adaptado. Agora, o livro de Jean-Baptiste Thoret tem sido uma belíssima surpresa. Contava lê-lo de forma salteada e a verdade é que, desde que lhe peguei, ainda não consegui pousá-lo. É certo que o meu interesse pelo cinema dos anos 70 tem crescido - com uma mão a tapar a cara, admito que já faltou mais para encomendar a obra completa do Hal Ashby - mas este livro, para além do tema, para além da fluência da escrita, é brilhante na forma como entra nos filmes dos movie brats e companhia, relacionando temáticas, realçando marcas estéticas, confrontando as linhas mestras do cinema da década de setenta com as do cinema do pós-guerra, e dando um retrato bem mais substancial do que o de Easy Riders, Raging Bulls: How the Sex, Drugs and Rock 'N' Roll Generation Saved Hollywood, de Peter Biskind.