6.10.07

Confesso que à partida para este mundial estava com pouca pachorra para a Inglaterra. Fez um torneio das seis nações preguiçoso e, de há uns anos para cá, tem-se especializado num rugby macilento, muito dependente dos drops e penalidades do Jonny Wilkinson. Na primeira fase do mundial, confirmou-se aquilo que se esperava. A inglaterra jogou feio, foi vulgarizada pelos springboks, e só ganhou às equipas do Pacífico Sul - lá está - graças ao rigor de Jonny Wilkinson. Hoje, porém, contra a Austrália, os ingleses transfiguraram-se. Recuperaram não sei quantas bolas, inventaram belíssimas jogadas à mão, e conseguiram empurrar o jogo sistematicamente para o campo australiano. Wilkinson resolveu, mas o mérito da vitória vai todo para o pack da frente. Pareciam cruzados na Galileia. Os australianos, atarantados, pouco puderam fazer. George Gregan (o preto mais "beto" do campeonato) esteve enervante e enervado; Mortlock, um desastre nos pontapés; e Lote Tuquiri, com a equipa toda a marrar na retaguarda, andou desaparecido. Entretanto, um outro jogador discreto mas eficaz começa a povoar os sonhos homoeróticos da plateia medievo-fetichista ...