18.8.06

Combater o terrorismo

Porque é que ficou a ideia de que Israel perdeu esta guerra?

Porque essa é ideia que ficará sempre que algum Estado tentar combater organizações terroristas através de guerras do tipo convencional. Terroristas que actuam de uma forma global, sem pátria e sem território, combatem-se com Jacks Bauer; com James Bonds; com Malko e o SAS; com a Mossad e a Yaman; com serviços secretos com licença para matar; com agentes infiltrados; quando necessário, com “esquadrões da morte”; com diplomacia perseverante junto dos Estados patrocinadores; com alianças, às vezes de pura conveniência, às vezes cínicas, entre Estados; também - e infelizmente - com alguns retrocessos e limitações de liberdades individuais que no Ocidente já são dadas como adquiridas; com informação, com informação e com mais informação.

Já ninguém, no mundo ocidental, está disposto a morrer pelo que quer que seja. As baixas causadas por uma guerra, mesmo que pequenas, serão sempre empoladas e demasiado inibidoras. A margem de manobra é curta. O terrorismo global sabe disso e joga com isso. A realidade, por mais desanimadora e negra que seja, é a realidade.

A guerra contra o terrorismo é uma guerra para ir travando e ganhando aos bocadinhos. Desiludam-se aqueles que ainda acham que é possível fazê-lo de um dia para o outro.