31.8.06

Chuva só tropical, Inverno só em viagem


O ideal seria mesmo seis meses no hemisfério norte e outros seis a sul do equador. Uma espécie de Primavera e Verão eternos.

Com um abraço para o Francisco.

30.8.06

Borges sobre o post anterior

Emociona-nos que ao poeta emocionasse prever a nossa emoção.

29.8.06

Ver mais longe

É extraordinário como alguns arriscaram e conseguiram-no tão bem:

Agora cheio de vida, pleno, visível,
Eu, com quarenta anos de idade no octagésimo terceiro ano dos Estados Unidos,
Para alguém daqui a um século ou a muitos séculos,
Para ti ainda por nascer, estas palavras, procurando-te.

Quando as leres, eu que estava visível, estarei invisível
E tu serás pleno, visível, entenderás os meus poemas, procurando-me,
Imaginando como serias feliz se eu pudesse estar contigo e ser teu companheiro.
Que assim seja como se eu estivesse contigo. (Não estejas tão certo, mas eu estou neste momento contigo).

Walt Whitman (1819-1892)

O friend unseen, unborn, unknown,
Student of our sweet English tongue,
Read out my words at night, alone:
I was a poet, I was young.

James Elroy Flecker (1884–1919)

28.8.06

Big trouble in little vagina

Federação, "equipa gilistas", Mateus, "caso", acórdão, "Liga de honra", "interpor", comissão disciplinar, Valentim, galo de Barcelos, "SAD leixonense", três balneários, "Jardim Zoológico", "órgão" ... Não vale a pena tentar perceber. Por cerca de três contos mês, o canal Venus passa melhor pornografia.

Nada escapa ao livreiro atento

Os escaparates da Fnac enchem-se de livralhada sobre “espiritualismo” e “o Amor” - assim mesmo, com letra grande e tudo. Ora, ou muito me engano ou a maioria destes volumes não passa de guias de sobrevivência para pessoas em adiantado estado de encalhanço. E pessoas em adiantado estado de encalhanço é o que mais se vê por aí.

25.8.06

Comunas para Plutão


Ou como Resumir a semana

23.8.06

O eterno retorno


A moda vive de revivals. A deste Verão é anos 50 (siliconizados, entenda-se).

O avanço do tempo

Quando se está a viver um momento de felicidade, o avanço do tempo é o retrocesso do mundo.

Um escravo

Que, tal e qual como na batalha de Lepanto, só terá direito à liberdade se derrotar o infiel.

Virado ao sul

Um noctívago, se virado ao sul, distingue-se por ter o lado direito da cara mais queimado do que o esquerdo

A culpa é do J.J. Abrams

Em Lost – tal como na vida – prefiro Locke a Roussseau.

Fraude

O bom pintor, por mais abstracta, minimalista ou conceptual que seja a sua obra, tem de saber desenhar muito bem o básico. Caso contrário, não é bom; é apenas uma fraude.

The pursuit of happiness

Como quem procura o prazer batendo com a cabeça na quina da porta e esperando que a dor passe.

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Fotografia tipo passe

Nunca programar o futuro para lá de um mês e meio. Viver cem anos.

Metáfora, ou antes sina

Embora sempre tenha convivido e trabalhado com brancos, Miles Davis foi por diversas vezes acusado de racismo.

18.8.06

Combater o terrorismo

Porque é que ficou a ideia de que Israel perdeu esta guerra?

Porque essa é ideia que ficará sempre que algum Estado tentar combater organizações terroristas através de guerras do tipo convencional. Terroristas que actuam de uma forma global, sem pátria e sem território, combatem-se com Jacks Bauer; com James Bonds; com Malko e o SAS; com a Mossad e a Yaman; com serviços secretos com licença para matar; com agentes infiltrados; quando necessário, com “esquadrões da morte”; com diplomacia perseverante junto dos Estados patrocinadores; com alianças, às vezes de pura conveniência, às vezes cínicas, entre Estados; também - e infelizmente - com alguns retrocessos e limitações de liberdades individuais que no Ocidente já são dadas como adquiridas; com informação, com informação e com mais informação.

Já ninguém, no mundo ocidental, está disposto a morrer pelo que quer que seja. As baixas causadas por uma guerra, mesmo que pequenas, serão sempre empoladas e demasiado inibidoras. A margem de manobra é curta. O terrorismo global sabe disso e joga com isso. A realidade, por mais desanimadora e negra que seja, é a realidade.

A guerra contra o terrorismo é uma guerra para ir travando e ganhando aos bocadinhos. Desiludam-se aqueles que ainda acham que é possível fazê-lo de um dia para o outro.

17.8.06

Gunter Grass?


O meu mal é outro

9.8.06

Actualidades

O que não me mata torna-me mais forte

7.8.06

Separadas à nascença, juntas na CNN

Fionnuala Sweeney reporta de Haifa e Hala Gorani de Beirute

Totoo you

Em Portugal, até há relativamente pouco tempo, tatuagem era coisa de prisioneiros e ex-combatentes. E coisa de homem. Hoje, estão por todo e em todos os lados. Não se pode sair de onde quer que seja sem dar de caras com, pelo menos, sete. E o mulherio, a começar pelas actrizes porno, aderiu em força.
No capítulo das tatuagens femininas, interessam-me particularmente as que se encontram apostas na região lombar. São, como quase todas, tatuagens veraneantes. Tatuagens cujo potencial só é devidamente aproveitado em época alta, de calor, onde, sobre a parte de baixo do bikini ou por entre as calças e a t-shirt curta, podem aparecer com todo o seu fulgor. São, também, tatuagens statement. Como que a proclamação por parte de quem as usa de que gosta (não só mas sobretudo) de ser possuída por trás. Os literatos adeptos da mama pequena (e de fotografia a preto e branco) tenderão a ver nas tatoos inscritas no baixo costado das meninas uma homenagem a Man Ray. Porém, se há algo que a estas raparigas pouco ou nada interessa esse algo é, precisamente, o modernismo, o dadaismo e o surrealismo. O que elas querem é alguém que as leve às compras num Fórum (ou na Avenida), à praia da Caparica, e as aborde, acarinhe, agarre e penetre. De preferência, com pouca conversa e por detrás. Faz sentido. No mundo ocidental, a tatuagem é, antes de mais, um elogio ao paganismo. Uma recusa do divino e da moral tradicional cristã. Logo - salto grande, mas lógico - um elogio da libertinagem, dentro da qual se incluem acções como a canzana e a sodomia. As tatuagens no dorso, são, nos anos 00, o renascer possível da revolução sexual. Mais um passo rumo à total a emancipação das mulheres. As quais, agora, em plena luz do dia e de forma expressa mas não ordinária, já podem reclamar aquilo que querem. Aos homens, pelo menos aos atentos, caberá corresponder.

Um bom resto de continuação

Gosto, naturalmente, das férias. Mas gosto mais ainda do meio das férias. Só aí é possível ouvir expressões tão admiráveis como: "... uma boa continuação". Ou a ainda melhor: "... então, um bom resto de continuação".

Férias


Michel Houellebecq escreveu La possibilité d'une île; Walter de la Mare escreveu Desert Islands; a Grã-Bretanha é uma ilha; Lost passa-se numa ilha; a Grécia tem mais de mil ilhas; o Havaí seja aqui ...

3.8.06


No meio de tanto idealista (da paz e da guerra), nation builder e neo-santo-agostinho de bairro alto, faz falta qualquer coisa: